11 de novembro de 2007

Você quer ir para o céu?

Há uns dois meses eu tive o prazer de conhecer o Livro Bases Técnicas para Redação Científica do Professor Gilson Luiz Volpato. No mesmo momento listei como um dos livros mais importantes para o Sopa de Pedra.

Esse meu encontro foi muito impactante e revoltante. Impactante porque pela primeira vez alguém “falou das pedras e ensinou o caminho”, e revoltante porque todos os outros GRANDES MESTRES anteriores, apenas falavam das pedras, com muita sapiência e claro, mas não ensinavam seu caminho.

Hoje tive outra surpresa maior. Uma oferta de três livros do Prof. Gilson Luiz Volpato, dois dos quais já esgotados.

Não penso que esses livros sejam importantes, eles são essenciais!

Depois de ler apenas um de seus livros percebi que o pensamento científico é uma maneira de estar no mundo e, infelizmente, não tem relação em pertencer ou não a “Academia de Ciências”. Durante toda a minha formação, disso, eu nada aprendi.

Se você quiser começar aprender a escrever um artigo científico, e ir para o céu, compre o livro!

Valdi



13 de setembro de 2007

A Tese do Coelho

Esse texto eu peguei online em 29/05/2005 às 10:25h no endereço - http://www.humornaciencia.hpg.ig.com.br/miscelanea/tesecoe.htm Atualmente esse endereço não está mais disponível, mas a tese do coelho foi postada em várias páginas, o que faço o mesmo, por ser, infelizmente, muito ilustrativa.

Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o “notebook” e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar.

No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:

R: - Coelhinho, o que você esta fazendo ai TÃO concentrado?

C: - Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos do trabalho.

R: - Humm .. . e qual e o tema da sua tese?

C: - Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais de animais como as raposas.

A: - A raposa fica indignada:

R: - Ora! Isso é ridículo! Nós é que somos os predadores dos coelhos!

C: - Absolutamente! Venha comigo a minha toca que eu mostro a minha prova experimental.

O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois se ouvem alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silencio. Em seguida o coelho volta sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos da sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído agradece mentalmente a cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo então resolve saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:

L: - Olá jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?

C: - Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nos, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.

O lobo não se contém e dá risos com a petulância do coelho.

L: - Ah, ah, ah, ah!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, e que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Alias, chega de conversa...


C: - Desculpe-me, mas se você quiser, eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me a minha toca?

O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois se ouvem uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio.

Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e peles de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foi lobo. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.

MORAL DA HISTÓRIA:

Não importa quão absurdo e o tema de sua tese. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico. Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria. Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos ...

O que importa é QUEM É O SEU ORIENTADOR...

15 de agosto de 2007

Cinto de utilidades para pesquisa - MédiaFire

Cinto de utilidades para pesquisa

MédiaFire


Para uma jornada devemos nos equipar com alguns instrumentos. Para conduzir uma pesquisa, além de um computador e muito tesão, tem alguns utensílios que por facilitar esse processo, tornam-se necessários. Um deles é o Disco Virtual.

Justamente o que o nome diz. Um local que serve para armazenar arquivos, semelhante ao disco rígido de seu computador, só que virtual, isto é, na rede web. As vantagens são:

1. Atualmente é o local mais seguro para se guardar um arquivo de texto, imagem, som, vídeo, não importa. O seu computador pode ir para o espaço que os arquivos estarão seguros.

2. De onde você estiver pode acessar qualquer arquivo colocado em seu HD virtual.

3. Pode compartilhar ou não seus arquivos com toda a rede web.

São vários os discos virtuais gratuitos disponíveis. Cada um com suas vantagens e desvantagens. Em minha experiência, o melhor no momento é o MédiaFire, inclusive por ser ilimitado, não exigir movimentação mínima de 45 dias para não ser“deletado”, e sua nova versão permite organizar os arquivos por pastas, além de fazer vários uploads simultâneos.

Para facilitar a vida, um adolescente parceiro do Adolescentro, preparou o instrutivo MediaFire TUTORIAL, com todos os passos para criar e utilizar um disco virtual no MédiaFire, o qual disponibilizamos pra todos.


Faça bom uso e compartilhe seus conhecimentos.

13 de agosto de 2007

Sopa de Artigos do Clube de Revista

Ao clicar no item Clube de Revista, será aberto uma página do Media Fire. Clique em 1. Vai abrir outra janela (2) onde você deve escrever o login = labpesq@gmail.com e a senha = sopadepedra.
Abrirá a janela (3) com a pasta Clube de revista. Agora é só abrir e baixar.

Clube de Revista do Sopa de Pedra


Compartilhando informações

Ampliando as atividades da parceria do Adolescentro e o LabpesQ Sopa de Pedra, temos o prazer de dar início ao Clube de Revista do Sopa.

Objetivo – Otimizar a atualização de temas sobre adolescência aproveitado para aprender com os mestres, como planejar, executar e publicar um artigo de pesquisa.

Sistemática - Escolha um artigo, faça seu resumo e apresente. A inscrição será feita no encontro anterior. Reservaremos um tempo de 07 minutos e trinta segundos, prorrogáveis para 10 minutos no máximo, com 10 minutos para discussão.

Artigos – Escolha um dos Artigos Disponíveis do Sopa ou proponha novos artigos, disponibilizando-os também.

Local - Os encontros acontecerão todas as terças-feiras, das 11 às 12 horas no Centro de Vivências do Adolescentro.

Modelo de apresentação – O primeiro modelo foi proposto terça dia 07ago07 (na está em processo de construção. Contribua com sugestões para melhorar. e esperamos que todos participem com contribuições e sugestões. A primeira foi proposta na e está disponível no blog, com o nome Resumindo o Artigo

“Só se aprende liberdade no exercício da liberdade”. (Bacunin)

10 de junho de 2007

Revisão Sistemática

Saiu o último número dos Cadernos de Saúde Pública 23(6) junho 2007 , com dois artigos de revisão sobre saúde mental na America Latina e na Adolescência .
O editorial é justamente sobre a discussão entre revisões, revisão sistemática e ensaios.
Mais uma vez , a questão não é científica, mas, de brios humanos. Não importa se uma encontra a verdade mais que a outra. Quem quer saber da verdade? Lembrando o aviso do professor Sérgio Vasconcelos Luna (2006:12), não podemos esquecer que a realidade a ser pesquisada (revisada) é infinitamente maior, mais complexa e mais diversificada que qualquer formalização didática da atividade do pesquisador.
Entre, tomar partido de uma ou outra metodologia, o mais sadável é estudar o livrinho do Luna, depois, entre na celeuma se for o caso.
Um aviso: multiplique por n o tempo de estudo desse maravilhoso livrinho desconcertante. Ele contém um multiverso.

Luna, Sérgio Vasconcelos (2006) Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 1996

1 de abril de 2007

OS URUBUS E SABIÁS

Como é formada uma comunidade cientìfica? A ciência é livre de ideologia?
Este texto do Rubens Alves provoca reflexões importantes, além de ser delicioso.
O importante é está atento para reconhecer e aprender.

Rubens Alves

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam. Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão de mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em inicio de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia doa urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás. Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. “-Onde estão os documentos dos seus concursos?” E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem.. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente. “-Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito á ordem.” E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás.

MORAL: Em terra de urubus diplomados não se ouve conto de sabiá.



(Rubem Alves, Estórias de quem gosta de ensinar.

São Paulo: Cortez Editora, 1984, p. 61-62)

LEIAM O LIVRO

QUAL O PROBLEMA?

Quarta-feira dia 29, um pequeno grupo reuniu-se para dar início às atividades do Laboratório de Pesquisa Sopa de Pedra de 2007.

De nossa discussão identificamos três necessidades básicas: a) Formulação do problema, b) Revisão bibliográfica sistemática e c) Representação da realidade ou, construção das variáveis.

Para resolver a primeira necessidade, ficou acertado o estudo do livro do Luna, que está listado no blog, com discussão no Grupo Sopa de Pedra.

Todas nossas atividades serão orientadas pelo problema identificado. A cada passo, como um caminhar, segundo Paulo Freire, "pensar com uma perna e andar com a outra e levar a uma fazer lá adiante para a outra pensar além". Assim, nós iremos identificando nossas dificuldades e direcionando nossas ações.

Tarefa: Prefácio e primeiro capítulo, até p:26.

Traga sua contribuição para a sopa.

Bem vindos!

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Luna, Sérgio Vasconcelos (2006) Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 1996

16 de dezembro de 2005

Só conhecendo é que encontramos o desconhecido

Percebo que criar possibilidades nem sempre significa acontecer.
A proposta do Sopa de Pedra é incentivar a pesquisa. Permitir as pessoas procurarem respostas para suas perguntas, suas dúvidas, mesmo que sejam parecidas com outras de outras pessoas. Mas, com certeza diferem substancialmente devido ao sujeito que a faz.

No Adolescentro, durante o Treinamento em Serviço que acontece de março a dezembro, tentei por dois anos estimular a curiosidade de alguns profissionais, sem nenhum sucesso. O buraco é mais embaixo. Criar um espaço para a discussão e produção de pesquisas e estimular a curiosidade das pessoas, não são o suficiente. Existe um outro obstáculo maior. É necessário vencer a inércia de se permitir ter uma dúvida e formular uma pergunta.

Este ano até que consegui com algumas pessoas que formulassem uma pergunta, uma questão que orientasse a direção da procura da resposta. No entanto, faltava conhecimento para faze-la. Voltamos a estaca zero, um zero que nunca é o mesmo, pois ele é apenas um referencial de mais percurso, não um número nulo.

No próximo ano, (2006) vamos estudar primeiro. Se a gente não conhece o que se procura não o encontra.